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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Arte reflexiva, imune, resiliente

Olá pessoas e seus amigos imaginários!


Tudo bem com vocês?


Há algum tempo não falamos de séries e filmes, não é?





Vocês sabem que eu amo a sétima arte com todo o meu coração. Eu tenho trocentas mil postagens sobre o assunto aqui neste blog.


** Para os desavisados: 

Sétima Arte = Cinema. Okay?

Vários pensadores tentaram enumerar as artes. O cinema apareceu em 1912 pelo Ricciotto Canudo que escreveu o Manifesto das Sete Artes, que só foi publicado no início da década de 20 do século passado. 


Segundo este distinto senhor, as Artes seriam numeradas da seguinte forma:


1ª: Música (som)
2ª: Artes cênicas (Teatro/Dança/Coreografia) 
3ª: Pintura (cor)
4ª: Escultura (volume)
5ª: Arquitetura (espaço)
6ª: Literatura (palavra)
7ª: Cinema (Áudio-Visual) - Contém artes anteriores 


Várias outras artes foram descobertas e reconhecidas por outros autores que foram aumentando a listinha, mas isso eu falo depois* 





Mas há algum tempo *culpem a famigerada vida acadêmica* não tenho escrito sobre o assunto. 






Eu tenho uma certa predileção por obras metalinguísticas *aquelas que falam sobre si mesmas*. Talvez isso seja culpa dos antigos filmes da MGM, aqueles musicais megalomaníacos que sempre me arrebataram, ou seja mesmo um reflexo de mim mesma, já que eu participei de espetáculos *tanto na construção, quanto na participação* a minha vida inteira. Sempre quando há uma obra que discute o seu próprio fazer, me sinto incluída. Ser e fazer Arte são elementos muito íntimos e qualquer coisa que abarque esse universo, se torna muito precioso para mim.




Dessa vez falarei *Tentarei ser breve. TODO MUNDO SABE que a prolixidade é um dos meus dons mais incompreendidos* das séries que falam sobre Arte.



Existe um fato muito peculiar a ser observado: Sempre que o mundo entra em crise, a Arte é prejudicada. Os discursos que  promovem esse fenômeno residem no fato de que "Ninguém vai comer e beber Arte". A Arte é relevada a uma segunda categoria que não contempla o básico da sobrevivência humana, se torna algo dispensável, supérfluo e é sumariamente deixada de lado.


É verdade. A Arte, em seu conceito abstrato, não alimenta o meu corpo. Não é fonte de proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais. Mas *entretanto, todavia, contudo e outras tantas conjunções adversativas* ela alimenta a existência das pessoas.


A Arte, além de ser fonte motivadora da vida e de já ter salvado a existência de muita gente, é uma ferramenta de construção  e transformação social. Ela urge, grita, esperneia os sistemas sociais podendo transcender contextos sórdidos, de sofrimento, de injustiça e ser disruptiva, contestadora e salvadora.


E exatamente por isso... Colocar a Arte em segundo plano é um modo cercear o direito mais inalienável e óbvio de todos:  O direito de Ser, de se expressar, de colocar em prática a sua existência.


O nosso planetinha, essa coisa insignificante da "borda mais chata da galáxia". Está em crise mais uma vez. As vezes eu acho que vivemos de crise em crise, sobrevivendo a própria humanidade. Mas deixando de lado essa digressão básica, ressalto que vivemos uma crise de humanidade. Corro o risco de me apoiar na liquidez do Sr Bauman, mas ele está certo. Tudo se tornou líquido e  as esferas de poder se aproveitam disso. E a primeira coisa a ser cortada, para "o melhor desenvolvimento e sobrevivência  sociedade" é a Arte. Um exemplo disso foi a recente *e permanente(?)* crise do Estado do Rio de Janeiro de 2016-2018 onde instituições artísticas como Cias de Ballet, Orquestras e teatros sofreram até quase a extinção*




Bauman #Saudades


E é claro, não poderia ser diferente em Hollywood e em todas as empresas produtoras de enlatados do mundo. Afinal de contas, toda a sua produção ajuda a ditar toda uma manifestação cultural que acaba se tornando globalizada *Olá Sr Boaventura dos Santos* e reproduzida nos nossos cotidianos.

Sr Boaventura dos Santos. #SouFã

Existem algumas séries que versam sobre Arte muito, muito, muito boas. Mas não é de se espantar que elas sejam pouco divulgadas, tenham baixos investimentos ou sejam obliteradas por elementos mais rapidamente deglutidos pela audiência e acabem sendo canceladas. 


Veja bem ... Eu gosto de enlatados *os elementos audiovisuais e a comida super-ultra conservada*. Mas preciso dizer que é uma pena, UMA PENA, que essas séries durem tão pouco.



Aqui vão alguns exemplos de séries sobre Arte que eram MUITO BOAS e que acabaram sendo canceladas prematuramente:


*TEREMOS SPOILERS!! SE VC NÃO QUISER SABER SOBRE ... RUN TO THE HILLS*






1. L.A. Complex



Eu já falei rapidamente dessa série no meu Canal do Youtube (Clique aqui para ver o Canal) .Ela fala  sobre um complexo residencial, típico dos EUA, de Los Angeles, a terra do entretenimento, onde artistas (músicos, atores, roteiristas, cineastas, bailarinos etc) vivem e compartilham a luta por uma chance no ShowBizz. Audições, rejeições, estrelato, ostracismo entre outras questões eram trabalhadas.


A série era excelente... Mas só teve apenas 2 temporadas. 


2. Bunheads



Série de comédia, mas que abordava a vida de bailarinas. Coisas super difícil de se ver na televisão. Era muito boa, produzida pela toda-poderosa Amy Sherman Paladino. Todo o final de episódio havia uma excelente coreografia original que era sempre bem complexa e muito bem executada. Contava com atores renomadíssimos da Broadway como a diva Sutton Foster.


Outra série EXCELENTE que só teve 18 episódios.


3. Flash and Bone 



Drama muito bom sobre uma Cia de Ballet. Mostra a rotina e as dificuldades de se viver de arte e como esses percalços podem acabar em caminhos obscuros.


Minisérie muito bem produzida. Cancelada.


4. Smash



Eu já falei muito sobre Smash em todas as mídias possíveis. É uma das minhas séries favoritas e se você não viu, está perdendo a experiência de toda uma vida. A série fala sobre a Broadway e todas as fases de produção de um espetáculo. Desde roteiro, produção executiva, composição, casting, ensaios, audições entre outros elementos. 


Contava com vários atores da Broadway e com atores hollywoodianos com a produção do SPIELBERG.

Cancelada na S02.


5. Mozart in The Jungle



Série MAGNÍFICA sobre o cotidiano da Orquestra Sinfônica de NY. Mostra audições, ensaios, ensaios, ensaios, ensaios, direção, competição, processos criativos entre outros elementos.


Teve 4 temporadas. Talvez o seu cancelamento tão prematuro e tão chocante tenha sido uma das maiores decepções de 2018 *em termos de séries... Em termos da vida, estamos esperando para ver. Afinal TEM ELEIÇÃO ESSE ANO, GENTE!* Eu vinha de uma alegria intensa em 2016-2017 quando descobri a série. Torci por ela nas premiações de 2017. Me emocionei. Me apaixonei. 



Eu só comentei brevemente essas séries... Mas existem muitas outras. Talvez elas só tenham sido canceladas por uma questão executiva. Talvez seja só uma questão de lucro, de rendimentos... Vivemos no sistema capitalista, eu  sei. A impessoalidade dele as vezes se disfarça, mas ela está sempre aí. Natural e honesto. A gente que se cega e esquece que o entretenimento é uma indústria que respira através de índices, lucros e por uma intrincada rede de interesses. 


Mas não posso deixar de levantar a hipótese que esses cancelamentos todos são também uma expressão de se deixar a "Arte" *no sentido da arte reflexiva, metalinguística, construtora e transformadora* em um segundo plano e que reflete o que vivemos atualmente. 


Solapar a Arte é um meio de controle... Que pode servir de cabresto para a nossa existência, nosso esclarecimento e subversão às amarras do poder que podem tentar subjugar nossa consciência, nossa voz, nosso pensamento. 


Mas tudo bem.Lembrem-se do que eu sempre digo:  A Arte é soberana.


Ela é como aquelas ervas que brotam na frieza do asfalto. Fazem as rachaduras, pouco a pouco se colorirem de verde. Escandalosamente e à luz do dia. Assim ela sobrevive, invade e liberta.



A Arte resiste! 


E Resistimos com ela!



Cya!




Thaís Parméra: Ciberstar,a.k.a.: 

Futura Imperatriz de TODO Universo Conhecido

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