Programa de Índio com Chico #Legendary ~ Utopia Cibernética

Olá Pessoas e seus amigos imaginários!

Eu sempre digo que alguns dos meus Programas de Índio podem * ênfase para o podem* entrar pra História. Foi assim com o último espetáculo da temporada popular do Theatro Municipal do Rio de Janeiro * também chamado de templo supremo das artes*.

Há!

O espetáculo foi "Ópera do Malandro" de Chico Buarque * divo*, interpretado pela Cia Barca, com direção de João Falcão * isso mesmo que você pensou: o pai da Clarice Falcão*. Ele veio com um preço de até R$ 600,00. No Domingo no Municipal eu e minha galera pagamos R$ 1,00 por cada entrada * cultura popular de qualidade a gente vê por aqui #CidadeMaravilhosa *.

Uma única linda moedinha!

O espetáculo é de 1978 e basicamente conta a história de um contrabandista, Max Overseas, interpretado por Moyseis Marques, que casa escondido com Teresinha (Fábio Enriquez) que é filha de um cafetão da Lapa. A peça é ambientada nos glamurosos anos 40 * que pra mim foram glamurosos até aqui nas terras tupiniquins*.

Minhas impressões sobre o espetáculo:

Simplesmente maravilhoso.

A Trupe! Cia Barca

Destaques para as vozes de Ricca Barros (Duran), Andrén Alves (Vitória).

Além disso teve a participação de outro ator que eu gosto muito e que tive prazer de assistir em outro espetáculo "The Book of Mormon" (UNIRIO) :Léo Bahia no papel de Lúcia.

Outro desempenho impressionante foi do ator Moyseis Marques (Max) já que FOI O PRIMEIRO PAPEL DELE COMO ATOR. Impressionante. A arte tem dessas coisas. Desponta em qualquer lugar.

Eu mega aceito um vestido desse!

O texto de Chico Buarque é simplesmente arrebatador e é super contemporâneo. O roteiro permanece atual tanto em relação à cadência, quanto a podridão e a vicissitude das suas palavras de um Brasil tão realista que ainda persiste. Desde a verdade das prostitutas, das suas mazelas, seus estupros e sua condição de "subumanindade",a indiferença e ambição humana até a corrupção e a calhorda dos poderosos e arrogantes.

Ainda há espaço para a metalinguagem do teatro que tanto fascina quem trabalha e quem tem no sangue o tino para tal Arte.

João Alegre * que vez por outra confundo com João de Deus* é um pouco das vozes das coxias e dos palcos. O narrador se funde com o imediato. A luz, os sinais e o ritmo da cena e dos atos.

João Alegre!

O meu personagem favorito sempre foi e sempre será Geni. O travesti que transita sobre todas as cenas, permeia todos os personagens e escracha a situação das ruas, das pessoas e do "gado", o mercado da "Carne Viva" que sempre existiu.

Outro aspecto indelével é a americanização. As inovações de bens de luxo típicos do American Way Of Life, o Nylon e as outras mercadorias. Continua tudo na mesma. Passados 36 anos, ainda priorizamos os estrangeirismos como sinal de status e style.

Geni divo!

O Diretor João Falcão, pai da nobre Clarice Falcão estrela do YouTube, fez muito bem em escalar para o elenco atores de duplo papel.

Interpretavam homens para o papel dos capangas. Os mesmos homens que interpretavam as prostitutas. Uma grande diversidade de trocas não só de vestimentas e caracterizações mas como de destinações:opressores/oprimidos.

Os boys!

As músicas de Chico são as mesmas que tocaram os corações de tantas gerações. Nas vozes dos atores e da atriz tudo pareceu excelente. Geni, interpretada por Eduardo Landim, foi a interpretação mais marcante em "Geni e o Zepelim". Outra que mais gostei foi "Meu Amor", um dueto das duas grandes sofredoras do Amor, Lúcia (Léo Bahia) e Teresinha (Fábio Enriquez). Amante e esposa respectivamente.

Os amores ... A amante e a esposa

Nem de longe deve-se negar a já batida, e verdadeira, verdade já consolidada e que já foi integrada como senso comum: "O Chico sabe entender a alma feminina". Quanto a isso não pairam dúvidas.

Foi realmente deslumbrante e fico grata de ter tido a oportunidade * e a determinação de acordar cedo, domingo de manhã* de assistir um espetáculo. Aplaudi de pé. BRAVO!!!